terça-feira, 28 de junho de 2011

Leonor Parreira é a nova secretária de Estado da Ciência

Leonor Parreira foi escolhida para secretária de Estado da Ciência, integrando assim a equipa de Nuno Crato. Foi a primeira mulher a presidir à Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa e era, até então, directora do Instituto de Histologia e Biologia do Desenvolvimento da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (UL), pró-reitora da mesma instituição e ainda investigadora associada do Instituto Gulbenkian de Ciência e do Instituto de Medicina Molecular.
Licenciou-se em Medicina em 1975 pela UL e doutorou-se em Biologia Molecular no ano de 1993, na mesma instituição. Pelo meio, ficou uma experiência fora de Portugal, quando fez investigação, entre 1983 e 1984, no departamento de Hematologia do Hospital de Hammersmith, em Londres, onde esteve com uma bolsa.
De 1984 a 1989 dedicou-se exclusivamente à prática clínica, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na área da hematologia clínica. Contudo, a vontade de fazer investigação científica falou mais alto e, desde aí que se tem empenhado nesta actividade. Entre os vários projectos em que esteve envolvida, destaca-se um ligado a células estaminais do sangue, distinguido com o Prémio Pfizer de Investigação de 2003.
Entre 1989 e1993 foi professora assistente de Biologia Molecular e Celular, na Faculdade de Medicina de Lisboa, sendo que, nos nove anos seguintes, desempenhou as mesmas funções, mas na área de Histologia e Embriologia.

Programa do XIX Governo Constitucional - Saúde

A Saúde no Programa do XIX Governo Constitucional (liderado pelo Dr. Pedro Passos Coelho).




"Saúde

Portugal pode orgulhar-se do posicionamento relativo do seu Sistema de Saúde emtermos internacionais. No entanto, a sua sustentabilidade financeira está nestemomento em causa na medida em que os seus custos têm crescido muito acima dastaxas nominais de crescimento económico.
É, por isso, fundamental levar a cabo uma utilização mais racional e eficiente dosrecursos disponíveis, não apenas pelo objectivo da sustentabilidade, mas porque estaé absolutamente necessária para continuar a garantir o direito à protecção da saúde, oque implica reforçar os princípios da responsabilização pelos resultados, datransparência da gestão dos dinheiros públicos e o da imparcialidade objectiva e eficazdas decisões de política de saúde.
Em síntese, o processo de mudança integra medidas de racionalização das despesas,iniciativas de contenção de custos e de melhoria de eficiência da organização dosprestadores e dos recursos utilizados na prestação de cuidados de saúde com o intuitode reforçar, no médio prazo, a sustentabilidade financeira do SNS, com definição clarada função de regulação e de financiamento.


Objectivos estratégicos

- Continuar a melhorar a qualidade e o acesso efectivo dos cidadãos aos cuidados desaúde, quer ao nível da organização, quer ao nível da prestação:
- Pela garantia do acesso universal e equitativo, tendencialmente gratuito, aoscuidados e serviços de saúde incluídos no plano de prestações garantidas;
- Pela obtenção de resultados convergentes com os melhores da Europa.
- Garantir a sustentabilidade económica e financeira do SNS, através de um mecanismode financiamento de base solidária, mantendo os princípios fundamentais subjacentesà sua criação;
- Fomentar um maior protagonismo dos cidadãos na utilização e gestão activa dosistema, através do reforço do exercício de liberdade de escolha dentro de regras deacesso pré-definidas e reguladas, designadamente entre os operadores públicos. Ocidadão deve ser um protagonista activo no exercício do seu direito a cuidados desaúde;
- Aprofundar a cooperação no domínio da saúde com a Comunidade dos Países deLíngua Portuguesa.


Medidas

Qualidade e acesso efectivo aos cuidados de saúde
- Concluir os trabalhos do Plano Nacional de Saúde 2011-2016, como pilar fundamentalda reforma do sistema de saúde, orientado para a qualidade clínica, a prevenção e apromoção de estilos de vida saudáveis, tendo em perspectiva os objectivos de ganhosde saúde da população e programas nacionais e integrados;
- Garantir a cobertura dos cuidados primários, assegurando o acesso a um médico defamília à generalidade dos cidadãos, minimizando as actuais assimetrias de acesso ecobertura de natureza regional ou social e apostando na prevenção:
- Reforçar o papel das entidades integrantes da Rede de Cuidados Primárioscriando mecanismos que permitam e induzam a autonomia de gestão de cuidados primários por parte dos profissionais de saúde, entidades privadas ousociais, mediante o aumento da oferta com racionalização de recursos;
- Transferir, de forma gradual, alguns cuidados actualmente prestados em meiohospitalar para estruturas de proximidade, ao nível da Rede de CuidadosPrimários e da Rede de Cuidados Continuados, ou mediante convenções;
- Aproveitar e desenvolver os meios já existentes, com o reforço dos cuidadoscontinuados para instituir, por metas faseadas, uma rede de âmbito nacional decuidados paliativos;
- Reorganizar a rede hospitalar através de uma visão integrada e mais racional do sistema de prestação que permita maior equidade territorial e uma gestão maiseficiente dos recursos humanos, incluindo concentração de serviços, potenciadapela maior exigência na qualificação da gestão e na responsabilização das equipas,em todos os domínios, pelo desempenho alcançado;
- Rever a estratégia de gestão de recursos humanos em saúde com análiseponderada das necessidades.

Regulação do sector
- Rever as tabelas de preços pagas pelo Estado dos cuidados de saúde introduzindomecanismos de adequação do preço ao custo da prestação de cuidados,contribuindo para a transparência e eficiência do sistema;
- Regulamentação e desenvolvimento do sector da saúde pública, com especialenfoque na actuação das Autoridades de Saúde e da aplicação de sistemas devigilância epidemiológica;
- Promover condições que possibilitem e maximizem a investigação clínica emPortugal.

Linhas de orientação clínica
Promover a elaboração de normas e orientações clínicas actualizadas com vista aassegurar critérios de qualidade, mensuráveis e comparáveis com padrõesconhecidos e aceites pela comunidade científica internacional e nacional, baseadosem princípios de custo-efectividade.

Acreditação dos serviços do SNS
Garantir estruturas e mecanismos de acreditação em saúde com vista à certificaçãoe ao reconhecimento público do nível de qualidade atingida nos serviços prestadores de cuidados de saúde, de acordo com padrões pré-definidos,fortalecendo a confiança dos cidadãos e dos profissionais nas instituições, fomentando uma cultura de melhoria da qualidade e de segurança.

Sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde
- Intensificar programas integrados de promoção da saúde e de prevenção dadoença mediante iniciativas de base intersectorial, designadamente com a Educação, Segurança Social, Ambiente e Autarquias, com maior proximidade àpopulação;
- Melhorar os mecanismos de contratualização no âmbito da Rede de CuidadosPrimários, assegurando a avaliação de desempenho dos diversos prestadores e atransparência na divulgação dos resultados;
- Actualizar o modelo de financiamento hospitalar garantindo que os respectivosgrupos de financiamento e correspondentes preços permitam maior eficiência;
- Promover uma melhor articulação entre os sectores público, privado e social,através do prosseguimento da aposta no desenvolvimento das tecnologias deinformação na saúde;
- Sensibilizar os cidadãos para os custos associados à prestação de cuidados desaúde através da disponibilização da informação sobre o custo suportado pelo Estado em cada acto prestado;
- Rever a política de taxas moderadoras, nos termos do Memorando deEntendimento, por forma a garantir que apenas se isenta quem realmentenecessita dessa isenção e actualizar o seu valor promovendo uma maiorresponsabilização dos cidadãos pela utilização equilibrada dos recursos do sistema;
- Avaliar oportunidades da concessão da gestão de hospitais a operadores dossectores privado e social sempre que se revele mais eficiente, não alterando anatureza pública e tendencialmente gratuita dos serviços prestados, mantendointacta a capacidade de acesso universal aos cuidados de saúde por parte dapopulação;
- Envolver as entidades do sector na necessária avaliação e clarificação daarquitectura organizativa do sistema, ou seja, na definição das funções dasdiferentes entidades, na avaliação da dotação e das capacidades existentes nosvários intervenientes por forma a permitir que estes assegurar uma gestão maiseficaz do sistema.

Melhorar o desempenho e aumentar o rigor da gestão nas Unidades Públicas de Saúde
A qualidade de gestão é um imperativo ético do serviço público muito em especialnum sector dedicado às pessoas como a saúde. O combate ao desperdício de recursosé fundamental para garantir a todos uma afectação equilibrada dos recursosdisponíveis. A actuação pragmática e célere na redução de custos e no controlo dafraude, visando conter a evolução dos custos da Saúde e atingir os objectivosacordados com as instituições internacionais é indispensável para que o Estado possacontinuar a apoiar a satisfação das necessidades sociais.
- Acelerar a implementação dos serviços partilhados, nas áreas financeira, derecursos humanos e das compras, capturando todas as oportunidades depoupança;
- Aprofundar o estudo dos benefícios decorrentes da criação dos diferentes centroshospitalares, implementando planos concretos e mensuráveis dos ganhos potenciais a obter ao nível dos serviços prestados e da economia de meios quejustificaram a respectiva decisão;
- Criar programas de mobilidade dos recursos humanos que promovam a transferência de recursos entre instituições do SNS e fomentem a capacidade decontratação de profissionais para geografias mais periféricas;
E em conformidade com o estipulado no Memorando de Entendimento:
- Desenvolver um programa específico de redução de custos nos hospitais, commedidas que não afectem a qualidade dos cuidados prestados mas que optimizema utilização dos seus recursos;
- Prosseguir a avaliação e a concretização de oportunidades de fusão, concentraçãoou extinção de instituições, ou de serviços, que revelem uma clara sobreposição decapacidades, ou que levem a cabo missões menos prioritárias na arquitectura dosistema de saúde.

Política do medicamento
- Controlar a utilização dos medicamentos agindo sobre a prescrição, dandoprioridade ao desenvolvimento de orientações terapêuticas para os serviçoshospitalares e de ambulatório apoiadas em bases sólidas de farmacologia clínica eevidência da economia da saúde sobre custo - efectividade;
- Garantir o acesso e a equidade aos cidadãos através do aperfeiçoamento dosistema de preços e da revisão do sistema de comparticipação de medicamentos,garantindo uma gestão eficiente e dinâmica dos recursos, redefinindo o modelo deavaliação dos medicamentos para efeitos da sua comparticipação pelo Estado semdescurar os cidadãos mais desprotegidos;
- Rever a legislação no sentido de consagrar como regra a prescrição porDenominação Comum Internacional (DCI), conforme o estipulado no Memorandode Entendimento;
- Aumentar a quota de mercado de medicamentos genéricos pela normalizaçãojurídica das patentes através da alteração do sistema de preços de referência, a fimde criar condições para a duplicação do mercado de genéricos e esforço daqualidade da informação dos dados de bio-equivalência dos medicamentosgenéricos relativamente aos de referência, aumentando a segurança dosprescritores e dos utilizadores face a este grupo de medicamentos;
- Implementação de um sistema que vise a gestão comum de medicamentos no SNS – negociação, aquisição e distribuição – tão centralizada quanto possível demedicamentos e dispositivos médicos;
- Criar as condições legislativas e técnicas para o avanço da dispensa demedicamentos em dose individual;
- Criar condições para a desmaterialização da receita médica em todo o tipo dereceituário com comparticipação pública, implementando um sistema ágil demonitorização do consumo de medicamentos que promova a clareza nacontabilização dos encargos do Estado e do cidadão com os medicamentos.

Um maior protagonismo dos cidadãos na utilização e gestão activa do sistema
- Introduzir liberdade de escolha em determinadas áreas e serviços, de formaprioritária nos Cuidados Primários;
- Insistir na redução dos tempos médios de espera para consultas de especialidadee cirurgias, actuando de forma concertada junto das diferentes entidades e níveisde prestação de cuidados;
- Intensificar e promover a cirurgia ambulatória através de incentivos adequadosque estimulem a sua execução;
- Promover a convergência na política de contratualização de convenções doEstado, abrangendo prestadores privados e sociais tendo em vista uma maioreficácia na sua gestão designadamente ao acentuar a capacidade contratadora doEstado;
- Retomar e concluir o processo legislativo anteriormente iniciado, assegurando aaprovação de uma lei de testamento vital.

Melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde
No domínio da informação e do conhecimento há uma reconhecida oportunidade demelhoria, em todo o sistema de saúde, que pode contribuir de forma decisiva paradisponibilizar informação de gestão aos diferentes níveis de decisão bem comocumprir o compromisso de total transparência da informação assumido pelo Governoem nome do cidadão, a saber:
- Assegurar ao longo da legislatura uma política de investimento em sistemas deinformação que permita a optimização das fontes de dados existentes eminformação útil para gestão e melhoria das condições de acesso dos cidadãos aosistema de saúde;
- Avaliar a utilização de um cartão como meio de validação de todos os episódiosde cuidados que lhe são prestados, assegurando o financiamento do respectivoprestador de forma mais eficiente e transparente;
- Generalizar a prescrição electrónica de medicamentos e o seu alargamentoprogressivo a todos os meios complementares de diagnóstico e terapêutica,evitando o erro, a duplicação de exames, a fraude e a proliferação de custosdesnecessários;
- Desmaterialização crescente de todos os processos administrativos das entidadesprestadoras de cuidados, promovendo a eficácia e a rapidez de resposta;
- Desenvolvimento do Registo de Saúde Electrónico (RSE), ligando diferentestipologias de unidades prestadoras de cuidados;
- Disponibilizar informação pública mensal sobre o desempenho das instituições(hospitais, centros de saúde e serviços).

Melhorar a transparência da informação em saúde
A transparência na saúde enquadra-se no dever que o Estado assume de informaros cidadãos acerca dos serviços que prestam cuidados de saúde com qualidade e segurança, incluindo a prestação pública de contas, bem como divulgação deinformação simples, objectiva e descodificada.

Aprofundar a cooperação no domínio da saúde com a CPLP
Intensificar a cooperação com a CPLP, facilitando a transferência de conhecimentos e acriação de uma agenda de cooperação em saúde, nos domínios técnico e científico, bem como promover o intercâmbio de profissionais do SNS com os serviços de saúdeda CPLP."

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Medicina em Mina

A Medicina está presente ao virar de cada esquina, e é isso que de mais belo existe na minha profissão. A sua omnipresença em omnipotência em constante desafio!
O caso dos mineiros chilenos é disso exemplo.
Saíram da mina depois de 68 dias enclausurados a quase 700m de profundidade, com uma comunicação “especial” com o exterior que lhes foi fornecendo alimentos e equipamentos que lhes permitiram ocupar o tempo, para além das consultas de psicologia e aconselhamento médico que foram tendo.
Mas não saíram de uma forma qualquer.
Foi escavado o túnel que permitiu a introdução da cápsula “Fénix” que levou 6 elementos das equipas de salvamento para o interior da mina, depois a retirada dos 33 mineiros e, por fim, a saída dos 6 elementos das equipa de salvamento.
No transporte para a superfície os mineiros foram alvo de algumas precauções, nomeadamente utilização de óculos de sol por causa dos raios ultra-violeta (UV) à superfície e tampões nos ouvidos por causa da despressurização da subida. Nas 24h anteriores ingeriram uma dieta rica em açúcares para que ingerissem maiores quantidades de água a fim de reduzir a náusea associada à subida (a cápsula gira sobre si mesma várias vezes por minuto e a subida de cada um levou entre 15 a 20 minutos). Durante a subida foram filmados e sujeitos a monitorização cardio-respiratória, isto depois de serem observados no interior da mina por um médico e novamente à superfície por outro.
Aguardem que hão-de surgir vários artigos científicos em revistas médicas sobre este assunto. De mineiros desconhecidos, a famosos enclausurados, a cobaias da Medicina.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Erro Médico

Serão punidos com penas de repreensão escrita, os profissionais envolvidos no processo que condicionou lesões de queimadura no tubo digestivo das crianças envolvidas num procedimento diagnóstico no serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Garcia de Orta.
Aparentemente terá havido troca de fármacos e o inquérito apurou “deficiente identificação ou verificação por parte da médica responsável pela sua administração”.
O erro médico é uma discussão com muitos anos. As consequências do erro médico podem ser mais ou menos nefastas mas, regra geral, estão associadas a uma repreensão social intensa.
Espera-se do médico que haja em conformidade com a ciência e com aquilo que para cada um de nós são boas práticas. Podendo as minhas boas práticas não serem as boas práticas do outro.
Pede-se ao médico que aja em conformidade com a aura endeusada com que o revestem, e esperam que o médico conceba actos miraculosos.
Quando o médico erra e as consequência são graves/nefastas a imagem e o discurso mudam, a sociedade repreende e a aura endeusada desaparece.
O erro em epígrafe é grave, mas mais do que repreensão, mais do que crítica ou mais do que trucidação da profissional, urge mais uma vez repensar as condições da profissão médica no SNS desde as condições físicas em termos de espaço, aos horários praticados.
Urge pensar, acima de tudo, que para que se tenha uma boa prática clínica, com execução de tarefas condignas, prestigiantes, prestigiadoras e capazes, não é possível realizar serviços de urgência infindáveis com horários perfeitamente loucos e surreais.
Urge pensar que, hoje em dia, para que se tenha uma boa prática clínica, não é possível trabalhar sem os meios informáticos suficientes para todo um serviço.
Urge pensar que, hoje em dia, para que se tenha uma boa prática clínica, é importante a aposta forte na formação contínua dos médicos em formação específica e pós-formação específica; e cabe não só às direcções de serviço, mas também às direcções clínicas e às administrações, apostar na realização de jornadas, seminários, sessões, simpósios e outras figuras de formação.
Urge pensar em conjunto e urge pensar para o utente e para o doente, visando a nossa acção directa sobre aqueles que recorrem aos nossos serviços.
Na aquisição de uma postura digna e capaz, urge formar e dar as melhores condições possíveis, para que melhor se possa intervir!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Política na Urgência - relato verídico

Tempo e situação política: campanha eleitoral para as eleições legislativas de 2009 – era presidente do PSD a Dra. Manuela Ferreira Leite, e secretário-geral do PS o Eng. José Sócrates, ambos candidatos a primeiro-ministro, estando o último a tentar a reeleição.

Hora e local: 3h da manhã de uma urgência hospitalar do SNS.

Intervenientes: 1) médico do balcão de Medicina (interno da especialidade); 2) utente do sexo masculino de meia idade, raça branca, fato e gravata, cheiro a after-shave, barba aparada, cabelo com gel, sapato brilhante.

Situação do serviço de urgência: balcão de Medicina sem uma única ficha em atraso (dia perfeitamente atípico), decorriam reavaliações de doentes já observados.

Descrição: O utente em questão é triado de azul (não urgente) e não havendo mais nenhuma ficha para observar o médico chama-o de imediato.

Diálogo:
Médico (M) – “O que o traz por cá?”
Utente (U) – “Com os devidos respeitos senhor doutor, a Dra. Manuela Ferreira Leite é uma grande fil... da p...!”
M – “Desculpe!?!?!?!?!?”
U – “Já viu isto senhor doutor!? Não venho ao SNS há mais de 30 anos, chego aqui e está a sala de espera vazia, sou logo triado, nem me sento e ouço logo o meu nome do altifalante! O Eng. José Sócrates é um espectáculo, ele sim é um bom primeiro-ministro, põe o país para a frente e a Saúde está muito boa!”
E nisto o utente esteve sempre de pé, de mãos nos bolsos e falando como se estivesse na Speakers Corner do Hyde Park de Londres. Após engolir em seco o médico pergunta:
M - “Opiniões políticas à parte, diga-me o que o traz por cá a esta hora?!”
Insistindo em não se sentar, o utente vem para o lado do médico, adopta a posição de cócoras e sussura:
U – “Ó doutor, é que eu acho que tenho a pila muito curta e há 2 anos que não consigo coiso com a minha mulher, só com as outras, estive para vir mais cedo, mas só agora despachei a amante! O que acho que devo fazer?”

E é este o país que temos!... Educação, Saúde e Justiça como o forte deste governo de Sócrates!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Desabafo - Não faz sentido!

Quero que alguém me explique porque sou médico e nada disto faz sentido!
Pareço um comunista, mas não há condições d etrabalho, não há espaço físico e há escassez de recursos humanos! Raios os partam!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quanto pagamos pela Saúde?

Rendimento mensal acima de €5000,00 – dedução de €300,00 para a Saúde
Rendimento médio – dedução de €80,00 para a Saúde

E onde anda um SNS que responda às nossas necessidades?